cetose mau halito

uando decidimos fazer uma dieta nossa principal preocupação é perder peso e por isso, muitas vezes acabamos nos esquecendo de outras questões do corpo. Quem opta por cortar os carboidratos, por exemplo, não sabe que está resolvendo um problema, mas criando outro: a possibilidade de ter mau hálito.

Quando a pessoa corta esse tipo de comida ela favorece a queda do teor de açúcar no sangue fazendo com que o organismo passe a buscar energia alternativa na queima das gorduras. “Esse processo libera resíduos conhecidos como “corpos cetônicos” que, através da circulação sanguínea, chegam aos pulmões e são eliminados por nossas vias aéreas, liberando um odor desagradável com cheiro de manteiga rançosa ou fruta passada”, diz Maria Cecília Aguiar, presidente da ABHA (Associação Brasileira de Halitose).

Quando a pessoa corta esse tipo de comida ela favorece a queda do teor de açúcar no sangue fazendo com que o organismo passe a buscar energia alternativa na queima das gorduras liberando resíduos com cheiro de manteiga rançosa
Quando a pessoa corta esse tipo de comida ela favorece a queda do teor de açúcar no sangue fazendo com que o organismo passe a buscar energia alternativa na queima das gorduras liberando resíduos com cheiro de manteiga rançosa.

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Mas engana-se quem acha que só dessa forma o hálito cetônico pode aparecer. “Esse tipo de cheiro pode aparecer também em pessoas que comem carboidratos, mas fazem um intervalo muito longo entre as refeições ou nas pessoas portadoras de diabetes mellitus”, diz a especialista.


Dieta da proteína x bom hálito
A dieta da proteína (que restringe o consumo de carboidratos) é inimiga do bom hálito por causa do corte desse tipo de alimento, mas também por outros motivos.

“Os alimentos ricos em proteína contribuem para que ocorra na boca um pH alcalino, propício ao desenvolvimento das bactérias formadoras de maus odores. Para completar, as proteínas de origem animal (carnes, ovos, leite e derivados) favorecem a formação de muco. Com isso, a saliva fica mais grossa e ocorre maior acúmulo de biofilme lingual (saburra), um dos principais vilões do bom hálito”, diz Maria Cecília.

Por isso, a especialista é categórica: “É praticamente inevitável ter um bom hálito durante uma dieta de proteínas”, diz. Mas, segundo ela, há meios que visam minimizar o problema. São eles:

- Alimentar-se a cada três horas, preferencialmente em pequenas porções para que a salivação ocorra naturalmente.
- Consumir alimentos como maçã, cenoura crua, folhas e castanhas, pois são alimentos fibrosos, saudáveis e de poucas calorias que ajudam a limpar a boca e, assim, contribuem para um hálito fresco.
- Beber água com mais frequência e consumir alimentos ricos em agua também é fundamental, pois essa bebida é a principal matéria prima para a formação da saliva.
- Consumir diariamente frutas cítricas que excitam o paladar com o sabor azedo e, com isso, estimulam o fluxo salivar.
-Ter uma rotina de higiene bucal caprichada que inclui escovação dos dentes e uso de fio dental, além de limpeza da língua com gaze e limpadores de língua. Em alguns casos é indicado o uso de enxaguantes bucais no fim desse processo.


Outras dietas vilãs
Em uma analise rápida com a presidente da ABHA percebemos que várias dietas podem, de certa forma, prejudicar um pouco o hálito. Na dieta líquida, por exemplo, a ausência da mastigação pode dificultar a produção de saliva na quantidade e qualidade apropriadas para a manutenção da saúde bucal e do bom hálito. “Além disso, melhor do que tomar sucos é comer pedaços de frutas e legumes, pois eles, em um formato mais consistente, ajudam a limpar os dentes e língua”, diz Maria Cecília.

Dietas veganas significam que a pessoa não come produtos de origem animal como carne, peixe, queijo, leite ou ovos. Nesse caso, é importante encontrar maneiras de obter a quantidade suficiente de vitamina B-12, vitamina D, cálcio e zinco, que são importantes para saliva, dentes, ossos, gengivas e tecidos orais.

“Nunca é demais lembrar que de nada serve a beleza se a nossa saúde não está em dia. O ideal é procurar acompanhamento nutricional e, se surgir qualquer problema bucal, consultar-se com um cirurgião-dentista qualificado no diagnóstico e tratamento da halitose”, finaliza a especialista.

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